Ela prolonga a saciedade e facilita o emagrecimento. Por outro lado, se consumida em excesso, pode elevar o risco de tumores e doenças cardiovasculares. Por isso, vale questionar até que ponto aumentar a porção.
Imagine um time de futebol em que todos os jogadores são atacantes — sem goleiro, zagueiros ou meio-campistas. Seria um caos, não? A equipe inteira estaria focada em marcar gol, mas não haveria ninguém para defender e criar jogadas. Agora, transponha essa situação para o nosso organismo, que precisa de vários nutrientes para obter energia, reparar tecidos e se proteger de invasores. Sem substâncias com diversos papéis, também ficamos alvos de desfalques, que, nesse caso, significam ceder espaço a distúrbios. Não é por menos que os especialistas repetem o velho mantra de equilibrar a dieta e colocar na balança as vantagens e as desvantagens de aumentar o consumo de um nutriente específico. A bola da vez, há algum tempo, é a proteína.
Duas pesquisas esquentam a discussão sobre incrementar ou não a oferta proteica ao cardápio. O primeiro, da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, aponta o lado positivo dessa estratégia: a proteína, de fato, aumenta a saciedade e evita ataques à geladeira à noite.
No entanto, o nutriente não escapa de acusações. Outro trabalho, este da Universidade de Aberdeen, na Escócia, sugere que os fãs de menus hiperproteicos correm maior risco de câncer no intestino. É que os mais fanáticos pelo ingrediente muitas vezes deixam de lado carboidratos e vegetais.Com a dieta mais rica em gordura, deixa o nosso corpo mais propenso a várias doenças, pois fornece menos vitamimas e minerais.
Será que vale a pena, então, enfrentar esse risco com o intuito de emagrecer? Segundo os especialistas ouvidos por SAÚDE, a resposta é não. Para eles, a recomendação de ingestão diária preconizada já contempla a dose saudável e segura (entre 0,8 e 1,2 grama de proteína por quilo diariamente).
O QUE REALMENTE DIMINUI A VONTADE DE COMER
Há anos a proteína carrega a fama de ser um nutriente pró-emagrecimento. E o trabalho americano reforça esse status. "DIETAS DAS PROTEÍNAS"
Se o organismo trabalha a mais, também queima mais calorias. O segredo da dieta hiperproteica, contudo, está ligado à redução dos carboidratos, o que propicia uma queima dos estoques de gordura.
Apesar dessa vocação para promover sensação de barriga cheia, a dieta farta em proteína está saindo de moda. As fibras são mais indicadas. Essas substâncias fornecidas por frutas, verduras, legumes e cereais integrais também passam devagarinho pelo estômago e, mais do que isso, estabilizam o funcionamento do intestino, facilitando a tarefa de enxugar as medidas.
Não é preciso exagerar em um único nutriente (proteína ou qualquer outro — em curto prazo, isso pode até dar certo, mas cobra um preço e tanto da saúde. Com dieta rica em proteína as pessoas apostam na fonte de animais, como a carne vermelha, mas com o passar do tempo, existe maior possibilidade de doenças cardiovasculares, pois isso vai ocasionando um acúmulo de gordura nos vasos. Além disso as proteínas são ricas em nitrogênio, que precisa ser eliminado pelos rins, sobrecarregando-os".
QUANTA PROTEÍNA PÔR NO PRATO E COMO COLOCÁ-LA ?
Já deu para entender que abusar nunca é solução. Por outro lado, tampouco é proveitoso restringi-la na dieta. Sem proteína, a construção dos músculos, por exemplo, fica debilitada. Aliás, indivíduos acima de 60 anos precisam estar atentos à ingestão proteica. Perdendo massa magra com maior facilidade, devem consumir fontes do nutriente de maior qualidade.
Outra medida para qualquer idade é não investir só nos redutos gordos do ingrediente, caso da carne vermelha. Peixes, frango, queijos magros e leite desnatado também oferecem proteína, mas sem gordura de sobra. Entre os vegetais — sim, eles têm sua porção proteica —, aposte na soja e na dupla arroz e feijão. Leguminosas como a ervilha e a lentilha, além de castanhas e nozes, complementam as opções. Fontes vegetais combinadas, possuem maior valor nutricional.
Para quem sua a camisa: Quem pratica atividade física não precisa consumir quantidades muito maiores de proteína do que os sedentários — a menos que o indivíduo seja um verdadeiro atleta de resistência ou de força. Só nesses casos se deve consumir entre 1,2 e 1,8 grama do nutriente por quilo de peso. Afinal, a proteína é essencial para fornecer energia durante o esforço extra e garantir a reconstrução do tecido muscular.
Fonte: Revista Saúde - modificada matéria